Com terceiro maior rebaixo de bovinos do Brasil, cerca de 23 milhões de cabeças, o Pará possui hoje a arroba de menor valor no país.
Conforme explica o presidente da Faepa (Federação Agricultura do Pará), Carlos Fernandes Xavier, desse total 2/3 precisam ser exportados, já que a demanda interna é inferior à capacidade produtiva.
Devido ao desajuste entre oferta e demanda atualmente a arroba do boi gordo é negociada a R$ 124,00, "cerca de 20% abaixo do valor praticado em São Paulo", diz Xavier.
Como alternativa de escoamento, o estado aposta na exportação de gado em pé. Anualmente são embarcadas 600 mil cabeças, correspondendo a 95% do total dessas operações realizadas no Brasil.
Em 2016, porém, "tivemos um acidente em nosso porto e ainda convivemos com a pressão ambiental. Reduzimos os embarques, mas continuamos a exportar", diz Xavier ao afirmar que no ano passado foram exportadas 300 mil cabeças.
O presidente conta que grande parte das 36 plantas frigoríficas do estado abate no Pará e trazem a carne para região centro-sul, onde a demanda é maior.
"Temos a arroba mais barata com a carne mais cara em Belém (PA). Ao passo que São Paulo possui o boi gordo mais caro, e a uma das carnes mais baratas do Brasil", acrescenta Xavier.
Segundo ele, os preços praticados - especialmente pelo diferencial com outras praças - oneram os pecuaristas, que ainda conta com um alto custos de produção em função das dificuldades logística.
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