Polícia Civil esclarece mortes de policiais e um agente em 2018 no Pará



Dez dos 11 casos de homicídios dolosos que tiveram como vítimas policiais militares no ano de 2018 já estão esclarecidos, alguns com autores presos ou identificados, e outros com autores dos crimes mortos em confronto com policiais. A informação foi divulgada, nesta quinta-feira (15), em entrevista coletiva a jornalistas realizada na Delegacia-Geral de Polícia Civil, em Belém. Presidida pelo delegado Rilmar Firmino, delegado-geral da Policia Civil, e pelo coronel Hilton Benigno, comandante-geral da Polícia Militar do Pará, a coletiva divulgou ainda os resultados das investigações sobre a morte do sargento Marinaldo Maia de Souza, 46 anos, que foi morto no último sábado, no Guamá em Belém. Três dos quatro envolvidos no crime já estão presos. 

Os presos são o presidiário Luiz Carlos Gonçalves Cordeiro, 19 anos, apontado como o mandante do crime; Jenildo Machado Palheta, 31 anos, responsável em fornecer a arma usada no crime e Sabrina de Nazaré Noronha Brandão, 19, mulher do presidiário, e responsável em repassar a arma ao matador do policial militar identificado como Michel Silva da Silva, de apelido Cacique, que está foragido e com mandado de prisão decretado pela Justiça. As prisões foram realizadas em uma ação conjunta da Divisão de Homicídios e da Seccional do Guamá. Além dos chefes das instituições policiais, participaram da coletiva o coronel Leão Braga, chefe de Estado Maior da PM; e delegados Claudio Galeno, diretor de Polícia Especializada, e Daniel Castro, diretor da Seccional do Guamá.


Durante a coletiva, o delegado-geral da Polícia Civil anunciou o funcionamento de uma nova Delegacia específica para investigar mortes de agentes públicos, como policiais militares, policiais civis, bombeiros militares, guardas municipais e agentes de trânsito. É a Delegacia de Homicídios de Agentes Públicos (DHP), vinculada à Divisão de Homicídios (DH). Criada no início de fevereiro deste ano, pelo delegado-geral Rilmar Firmino, a nova Delegacia vai agilizar o trabalho investigativo desses crimes. Em relação aos 11 homicídios dolosos de policiais militares registrados em 2018, dez desses casos já são considerados esclarecidos. Metade dos crimes está com autores presos ou identificados, ou mortos em confronto com policiais durante as diligências. 

Em todos esses casos, os policiais militares foram mortos pelo fato de serem policiais. Desses 11 casos, o único ainda sem autoria definida é o da morte do cabo PM Deyvison César Braga de Oliveira, crime ocorrido na noite de domingo passado, por dois homens em um carro. A vítima foi morta a tiros ao parar o carro em um sinal de trânsito, na Rodovia Mário Covas com Avenida Independência, nos limites entre Belém e Ananindeua. Durante a revista no veículo, explicou o comandante-geral da PM, foram encontradas drogas (maconha e cocaína) no carro da vítima, fato que ainda está sendo alvo de investigações para apurar se a morte do policial tem alguma relação com as drogas. 

O delegado-geral frisou a resposta dada à sociedade quanto às mortes de policiais militares. "Quando um agente de Segurança Pública é atingido pelo crime, toda uma sociedade é atingida", destaca. Segundo o comandante-geral da PM, há um trabalho incansável de acompanhamento pela Polícia Militar em todos os crimes contra PMs sob investigação. "Essa é a resposta à sociedade para desencorajar quem pretende cometer novos crimes contra policiais. Tenham certeza de que todo o empenho será dado para prender os autores", enfatiza Benigno.






SARGENTO MARINALDO 
Em relação à morte do sargento Marinaldo Souza, explica o delegado Daniel Castro, o mandante do crime foi identificado como o presidiário Luis Carlos, de apelido Lucas. Informações apuradas, durante o inquérito do crime, mostram que Luis Carlos, na época em que foi preso, estava de posse de uma arma de fogo a qual havia sido emprestada por outros criminosos. Dessa forma, a arma acabou sendo apreendida pelos policiais. 

Já na prisão, Lucas passou a ser cobrado pelos outros criminosos para "pagar" a arma. "A forma que ele (o presidiário) encontrou para pagar a arma seria matar um policial militar. E ele acabou escolhendo o sargento Marinaldo que era seu vizinho, no bairro do Guamá", explica. Dessa forma, o presidiário orientou Sabrina, sua companheira e moradora do Guamá, a planejar a morte do policial militar, como forma de "pagamento" da arma. Sabrina manteve contato com Jenildo que foi o responsável em fornecer a arma para a mulher. 

Em seguida, ela repassou a arma para "Cacique" que ficou com a tarefa de matar o sargento. No dia do crime, explica o delegado, Sabrina ficou monitorando o policial militar até o momento em que ele chegava em casa, na noite de sábado passado. Foi quando "Cacique" foi até o encontro do policial militar e o matou a tiros. Em seguida, levou a arma do militar. Após o crime, a arma do crime foi devolvida à Sabrina que a repassou de volta a Jenildo. 


AGENTE DE TRÂNSITO Durante a coletiva, o delegado-geral sobre a prisão do autor da morte do agente de trânsito municipal de Belém, Hilário Colino Bermejo Neto, 53 anos, morto a tiros em 6 de fevereiro deste ano, enquanto trabalhava no cruzamento das Avenidas Tavares Bastos e Pedro Alvares Cabral na Marambaia, em Belém. Vitor Henrique de Oliveira Ramos, 20 anos, de apelido Vitinho, foi preso na manhã de hoje, na Ilha de Mosqueiro, por policiais militares do 25º Batalhão, e apresentado inicialmente na Seccional de Mosqueiro, de onde foi transferido para a Divisão de Homicídios, em Belém, onde está o inquérito sobre o caso, para ser ouvido em interrogatório e depois ficar preso à disposição da Justiça. 


Vitor Henrique está com mandado de prisão temporária decretado pela Justiça. Conforme o delegado-geral, o agente de trânsito foi morto após ter anotado a placa de uma moto que trafegava na Tavares Bastos com a placa parcialmente encoberta por um pedaço de papel. Ao perceberem o agente de trânsito, os criminosos retornaram da Pedro Alvares Cabral dobrando na Tavares Bastos, de onde passaram por dentro de um posto de combustível situado na esquina. Depois, tomaram novamente a Tavares Bastos e seguiram por trás do agente de trânsito para atirar na vítima pelas costas. 

FOTOS E TEXTO: POLÍCIA CIVIL


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