Greve dos rodoviários chega no quarto dia de paralisação sem acordo e sofrimento dos usuários na grande Belém





A greve dos rodoviários entra no quarto dia de greve, para quase um milhão de pessoas será difícil manter o custo das vans disponíveis, que estão abusando do limite de cobrar até R$10,00 em seus trajetos. Caberia uma fiscalização e até multa pelos abusos desses carros utilizados no transporte público.

Apesar da paralisação, alguns ônibus chegaram a circular na cidade neste domingo (22), veja o vídeo...




Enquanto isso veja a nota dos rodoviários.

Sindicato dos Rodoviários de Belém lança nota em resposta à nota lançada pelo SETRANSBEL, que foi vinculada nos horários comerciais mais caros da TV, ontem (21).
Em nota, o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros – SETRANSBEL, vinculada nos horários mais caros de propagandas das TV, afirma que nas reuniões que aconteceram nos dias 03, 09, 11 e 13, deste mês, garantiu o reajuste salarial para a categoria dos rodoviários, conforme o índice inflacionário. Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos – DIEESE, a inflação nacional não chegou nem em 2%. O número real está variando entre 1.5% a 1,6%, um percentual extremamente baixo – o mais baixo dos últimos 14 anos. O que significa um aumento de aproximadamente R$14 reais no salário do cobrador e R$23 reais no salário do motorista. Valore baixíssimos para que os trabalhadores que vivem em perigo constante de vida, sem plano de carreira e reconhecimento devido dos donos das empresas, além de definharem e perderam seus estados normais psicológicos e físicos, devido à excessivas e altas cargas horárias de trabalho.
O SETRANSBEL também não declarou em sua nota, que teve um reajuste de mais de 6% no aumento de tarifa, um aumento muito maior do que a inflação, para oferecer um ônibus que são consideradas verdadeiras “latas velhas”. O SETRANSBEL também não declara em sua nota, que as negociações e reivindicações do sindicato, não giram apenas em torno da data-base salarial, mas sim em outras pautas que são as seguintes:
- Volta da antiga jornada de trabalho de 6h20 com uma hora de intervalo fracionada.
Antes nossa antiga jornada foi negociada em acordo coletivo com as empresas. O Tribunal Regional do Trabalho da 8° Região, através de pedido dos donos das empresas de ônibus acabaram com a nossa jornada, que beneficiava tanto os trabalhadores, a população e os donos das empresas. Por conta disto, a jornada do trabalhador rodoviário chega à excessivas 8h, com uma ou duas horas de intervalo.
O sindicato dos Rodoviários de Belém denuncia as inúmeras irregularidades que as empresas empregam sobre os trabalhadores. Muitas vezes, os trabalhadores são obrigados a trabalhar mais de 19h por dia, sem direito a receber essas horas extras. E, quando o trabalhador se recusa a fazer essas horas extras, por que sabe que não irá receber nada, sofre diversas retaliações, como mudança de turno e até mesmo demissão.
- Implementação imediata do Ponto Biométrico
O ponto biométrico é uma realidade para muitos trabalhadores brasileiros. É um sistema que consiste, através da digital do trabalhador, confirmar sua entrada e saída dos locais de trabalho, assim como o registro do seu descanso. No caso do trabalhador rodoviário, esses registros são feitos MANUALMENTE, através de anotações em papeis – que muitas vezes são feitas com lápis, dando brecha para diversas irregularidades.
O Sindicato dos Rodoviários de Belém, Ananindeua e Marituba, também denunciam, há muito tempo, para todos os órgãos e autoridades competentes, essas irregularidades. Infelizmente, o SETRANSBEL omitiu esta informação da população belenense. Não é vantagem para as empresas deixar de cometer essas irregularidades trabalhistas, por que com a jornada de trabalho de 8h20, muitos ônibus ficam parados nas garagens, causando transtorno para a população, pois é mais fácil para as empresas obrigar o trabalhador a fazer hora extra sem remuneração, do que contratar novos funcionários para cobrir o tempo ocioso entre intervalos.
- Reajuste no repasse da Clínica dos Rodoviários e Centro de Formação
Esses reajustes são essenciais para a vida dos trabalhadores rodoviários. A clínica é responsável pela saúde dos trabalhadores. Oferecemos diversos serviços que variam de clínico geral a ginecologia e ortopedia, além de odontologia e oftalmologia. Os atendimentos que não temos aqui, encaminhamos para clínicas particulares. Hoje, os trabalhadores rodoviários não tem acesso a planos de saúde oferecido pelas empresas. A clínica é o único meio do trabalhador e seus dependentes terem acesso, rápido e garantido a saúde.
Já o Centro de Formação é a ferramenta que temos para cuidar dos treinamentos dos trabalhadores rodoviários. No centro, ofertamos diversos cursos que auxiliam os rodoviários no atendimento à população. Os cursos oferecidos pelos rodoviários são parcerias feitas com a SEMOB, Polícia Militar e pelo próprio SETRANSBEL. Mas, infelizmente, as empresas não ligam para o atendimento á população e querem cortar o auxilio que dão á esses serviços.
- Melhoria na infraestrutura dos ônibus de Belém, Ananindeua e Marituba
Todos nós, que trabalhamos e usamos o transporte sabemos que contamos com uma frota extremamente sucateada, suja e sem nenhum tipo de conforto, tanto para o trabalhador rodoviário quanto para a população. Ônibus sujos, sem manutenção, com cadeiras quebradas, pneus carecas são um pouco dos problemas que a frota de Belém enfrenta. Muitos desses ônibus são sucatas vindas de outros estados que teve a obrigatoriedade de renovação de frota, como é o caso da empresa Belém-rio, atuante no Rio de Janeiro. Quando um ônibus é condenado pelas autoridades e impedido de circular na cidade, adivinha pra onde o ônibus vem?! EXATAMENTE, para BELÉM!
A população e os trabalhadores sofrem com essas sucatas que circulam na cidade. O trabalhador rodoviário, muitas vezes, tem que comprar ferramentas para que seu dia de trabalho dentro dos coletivos seja mais confortável, como por exemplo, almofadas para os seus próprios bancos.
- Segurança para a população e para os trabalhadores
Não é novidade para ninguém o perigo que enfrentamos todos os dias usando o transporte público no Pará. A violência tomou conta de todos os segmentos da sociedade e está sem controles. Só no primeiro mês deste ano, foram mais de 150 assaltos, a maioria deles à mão armada. Nessa estatística, cinco pessoas morreram em ações criminosas dentro dos coletivos.
O Sindicato dos Rodoviários do Pará conta com um projeto que tramita na Câmara Municipal de Belém de autoria do vereador, Altair Brandão. No texto do projeto, o vereador pede que as empresas de ônibus sejam obrigadas a instalar em todos os ônibus do transporte público que circulam na capital paraense, um sistema de segurança equipado com câmeras de vídeo, dispositivo de localização global por satélite (GPS). 

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