Balsa deixa prejuízo milionário após bater em ponte aos cofres do Pará



Oito pessoas prestaram depoimentos para Polícia Civil, em que quatro tripulantes da embarcação, incluindo o piloto, foram ouvidos, mas não foi divulgado as informações prestadas e ninguém foi preso até agora.
No inquérito que apura as causas do acidente, que derrubou quatro pilares e cerca de 300 metros de ponte. Segundo os bombeiros, pelo menos dois carros caíram no rio Moju, com pessoas dentro. Equipes de mergulhadores procuram os carros e as vítimas da Terceira Ponte da Alça Viária. Segundo a Polícia, não há mais ninguém para ser ouvido por enquanto. As autoridades vão esperar laudos técnicos e periciais para apurar as causas da colisão.

Vamos tentar falar com bombeiros no local, sobre os corpos que ainda estão desaparecidos e quais estratégias estão sendo usadas, para tirar os veículos ou os corpos das vítimas. Vamos saber como os veículos estão fazendo para desviar o local do incidente.Também vamos saber dos condutores, o que eles estão passando com essa situação. Também vamos saber, quais os impactos ambientais entorno do local e como os moradores estão fazendo, sem a ponte e mesmo condutores que utilizam a via.

O CASO

Segundo a capitania dos Portos, a embarcação Vó Maria, colidiu com um dos pilares de sustentação da ponte que possuí 860 metros de comprimento e 23 de altura. Era por volta das 01h 30 da manhã quando a balsa bateu e causou o desabamento de cerca de mais de 200 metros da estrutura, em que quatro pilares caíram.

De acordo com o Secretário de Estado de Segurança Pública do Pará, Ualame Machado, um inquérito será aberto para apurar os fatos tanto os fatos quanto a possibilidade de riscos de danos ambientais, que tem até 30 dais para ser encerrado, mas pode ser prorrogado por mais 30 dias, caso os investigadores solicitem. |De acordo com a Capitania dos Portos, o proprietário da balsa que causou o acidente deve responder inquérito junto ao órgão. A embarcação estaria com problemas na documentação e possuía multa pendentes.


NOTAS 

A Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR) informa que foi interditada a área de navegação sob a ponte Moju-Alça, localizada na rodovia PA-483, neste sábado (06), após acidente ocorrido com o comboio formado pelo Empurrador ONC II e balsa Vó Maria.

A embarcação colidiu com um dos pilares de sustentação da Ponte sobre o Rio Moju, causando o desabamento de grande parte de sua estrutura. Os destroços da ponte e a embarcação, que permanecem no local, causam perigo a navegação.

A Capitania dos Portos da Amazônia Oriental destaca ainda que a balsa que causou o acidente está com documentação irregular, com multa em aberto e, por isso, não deveria estar navegando. O proprietário da embarcação já foi identificado e será notificado durante instauração do Inquérito de Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN).

A equipe de Busca e Salvamento-SAR da CPAOR continua no local auxiliando o Corpo de Bombeiros. Até o momento não foram encontradas vítimas.

BOMBEIROS

Buscas no rio Moju serão retomadas neste domingo 

O Corpo de Bombeiros do Pará informa que suspendeu, por volta de 18h20 deste sábado (6), as buscas no Rio Moju, na área em que parte da terceira ponte da Alça Viária desabou após uma balsa colidiu com um dos pilares da estrutura pouco depois de 1h da manhã. Uma testemunha afirmou que dois veículos de passeio teriam caído. Com a ajuda da Capitania dos Portos, mergulhadores realizaram a varredura na área durante todo o dia, mas nem os carros nem as possíveis vítimas foram localizadas. 

O governador Helder Barbalho e o vice-governador, Lúcio Vale, anunciaram, durante coletiva neste sábado, que o Estado não irá cessar as buscas pelas possíveis vítimas do acidente até que elas sejam localizadas. Como medidas emergenciais para minimizar os impactos sofridos pela população, o chefe do Executivo estadual informou que serão construídas rampas, nos dois lados da ponte, para possibilitar o fluxo de balsas no local onde a a estrutura da ponte foi destruída. Serão recuperados ainda os portos do Arapari, em Barcarena, e o Porto Bannach, localizado na Avenida Bernardo Sayão, no bairro do Guamá, em Belém.

Segundo o capitão tenente Nelson Ferraz, chefe de comunicação social do 4ª Distrito Naval, o trabalho foi interrompido devido às fortes correntezas na área, que ofereciam risco aos agentes. Serão mantidas no local as equipes da Marinha, Polícia Militar e Bombeiros. Neste domingo (7), logo ao amanhecer, será avaliada a condição da maré para serem retomadas as buscas com mergulhadores. A Marinha disponibilizou mais três mergulhadores para atuarem junto à sete que trabalham nas buscas pelo Corpo de Bombeiros. 

A Capitania dos Portos disponibilizou uma lancha hidrográfica com equipamento sidescan - um sonar de varredura lateral, para fazer a verificação de destroços da ponte e da existência de veículos no leito do rio. "A intenção é tanto localizá-los, quanto evitar algum perigo à navegação", ressaltou. 

Investigação - A Polícia Civil já ouviu oito depoimentos dentro do inquérito policial instaurado pela Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe) para apurar as circunstâncias da colisão da balsa com a ponte sobre o rio Moju. 

Dentre as pessoas ouvidas, quatro fazem parte da tripulação da balsa, entre auxiliares e o piloto da embarcação. Os conteúdo dos depoimentos, prestados em Belém, não foram divulgados. Não há novas oitivas marcadas. As investigações prosseguem no aguardo de laudos para apontar a causa da colisão. 

O inquérito da Polícia Civil tem prazo inicial de até 30 dias para encerramento. O prazo pode ser prorrogado por período igual em caso de necessidade de continuidade das investigações.

Medidas - De acordo como o governador Helder Barbalho, empresas que têm contrato assinado com o Governo do Estado farão a construção das rampas devido ao caráter de urgência da medida. "Pela gravidade do incidente, a gestão estadual decretou situação de emergência. Isso nos dará condição para termos agilidade e fazermos frente às demandas que estão surgindo. Estimamos que o custo de todo o trabalho a ser realizado gire em torno de R$ 100 milhões. Se não houver nenhum obstáculo mais complicado, é possível que possamos concluir tudo em um ano", pontuou o governador.

Entre as primeiras ações a serem tomadas está ainda a remoção dos escombros da embarcação e da ponte, além do aumento da quantidade de balsas no Porto do Arapari, que eram três e agora já são oito embarcações. "Anteriormente, saía uma balsa por hora. Agora a ordem é funcionar 24h. Encheu, saiu. Também tínhamos operação em apenas um porto, passamos para dois portos e em 10 dias teremos um terceiro. Tudo isso no complexo de Arapari", ressaltou o governador. O segundo porto em questão é o da Henvil, localizado na Bernardo Sayão, ao lado do antigo prédio da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob).

Outras medidas anunciadas após o acidente deste sábado na ponte são: asfaltar 55 km da Estrada Quilombola, vicinal da cidade de Moju, que será uma alternativa de fluxo para veículos de passeio e ônibus; acelerar as obras na PA-252, que liga o município em questão ao Acará, já iniciadas; instalar defensas em todas as pontes do Complexo da Alça Viária, que são proteções que ficam nas bases dos pilares; executar obras de melhoria na Avenida Bernardo Sayão, onde ficam os portos que saem para o Arapari; implementar sinalização em Marituba, para evitar que as pessoas peguem a balsa - essa ação também será realizada no Arapari, na PA-252, na rodovia Perna Sul e na rotarória da Alça Viária; estender o efeito do Decreto que isenta de ICMS as empresas que fazem a travessia de balsa Belém-Arapari-Belém por tempo indeterminado; ajuizar ação contra os responsáveis pelo acidente, sejam proprietários, tripulantes e donos de mercadoria; interditar a navegabilidade do trecho - ação já executada pela Capitania dos Portos; e reforçar o policiamento na PA-483 (Alça Viária), para desviar o fluxo de veículos que seguiriam pela rodovia e encaminhar esses condutores para fazer a travessia Belém-Arapari-Belém, que também contará com agentes da Polícia Militar.

O acidente - Quatro pontes formam a Alça Viária, na ordem de saída do município de Moju: a ponte Cidade do Moju, a ponte Rio Moju - que teve parte destruída, a ponte Rio Acará e a ponte rio Guamá. A terceira ponte, que possui 868 metros de extensão e 23 de altura, teve três pilares danificados após um balsa que transportava dendê colidir com pilares, o que fez desabar 200 metros de pista. A balsa atingiu o oitavo pilar, provocando a queda de quatro vãos da estrutura de concreto.


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