Uma estrutura de oito metros de altura instalada em plena Praça da Leitura, no bairro de São Brás em Belém. A obra chama atenção de pedestres e motoristas que passam. Homenagem do artista dinamarquês Jens Galschiøt aos mortos no Massacre de Eldorado dos Carajás, sudeste paraense. Ela é uma das três esculturas denominada "Coluna da Infâmia. O antigo não poderá eternamente destruir o novo. Contra a impunidade".
A série de esculturas, faz parte de dez obras que o artista deseja instalar em vários países pelo mundo. Cada escultura é uma estátua de bronze, cobre e concreto, erguidas de forma permanente. Três países já receberam a estalação. Hong Kong (1997), México (1999) e Brasil (2001).
De acordo com o autor das esculturas, cada peça tem um simbolismo como lembrete na história que conta sobre um acontecimento vergonhoso que nunca mais deve se repetir. Um misto de corpos humanos retorcidos e entrelaçados em forma de obelisco. Simbolizando a destruição, a desvalorização e a falta de respeito com a vida humana.
A prineira Coluna da Infâmia foi instalada em Hong Kong em 1997, ela foi
produzida em concreto e colocado durante as comemorações dos oito anos do massacre no dia 4 de junho de 1997 no Victoria Park. Na época, estudantes universitários propuseram que a escultura fosse instalada dentro da Universidade de Hong Kong. Mas após muito bate boca, não houve acordo com a direção do estabelecimento, acabando em confronto com a polícia e só na madrugada, os estudantes se uniram e conseguiram mover a escultura de duas toneladas para o pódio do edifício Haking Wong da Universidade.
Ativistas de direitos humanos da China pintaram a escultura de laranja em apoio ao projeto The Color Orange.

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A estrutura seguiu em exibição em algumas localidades do país.
Lingnan College, a partir do dia 2 de novembro de 1997
Hong Kong Baptist University, a partir de dia 29 de novembro de 1997
Hong Kong University of Science and Technology, a partir do dia 23 de janeiro de 1998
Hong Kong Polytechnic University, a partir do primeiro de março de 1998
City University of Hong Kong, a partir de dia 29 de março de 1998No México
A segunda Coluna da Infâmia foi erguida em 1999, com colaboração do Congresso Nacional Indígena. Ela ficou temporariamente em frente ao palácio presidencial no meio de uma manifestação de primeiro de maio, na entrada do vilarejo Acteal em Chiapas, onde 45 nativos desarmados foram mortos por um grupo paramilitar, no dia 22 de dezembro de 1997.
Tudo foi feito em cooperação com as vítimas locais e foi seguida por milhares de índios. Galschiøt foi detido pela polícia militar e expulso do país, apesar da petição feita contra a sua expulsão. A coluna serve como um memorial do Massacre de Acteal, onde flores são deixadas em volta as escultura todos os anos.
Em Belém a escultura foi o instalada no dia 17 de abril de 2000. Após sua chegada ao Brasil e erguida em frente a Praça dos três poderes. A escultura foi instalada temporariamente em memória dos 19 sem-terra, mortos em confronto com a polícia militar no município de Xinguara, sudeste do estado do Pará.
A colocação da escultura aconteceu em colaboração com o Movimento sem-terra. Foram necessários dois dias para sua instalação na praça de São Brás, onde também está o "Chapéu do Barata" ex governador do estado.
No dia primeiro de maio, a Coluna da Infâmia, doada por Galschiøt à prefeitura de Belém, foi instalada na capital do Pará, onde ocorreu o Massacre de Eldorado dos Carajás, no sul do estado. O fato ocorreu quando 1.500 sem-terra que estavam acampados na região decidiram fazer uma marcha em protesto contra a demora da desapropriação de terras, principalmente as terras da Fazenda Macaxeira. A Polícia Militar foi encarregada de tirá-los do local, porque estariam obstruindo a rodovia BR-155, que liga a capital do estado Belém ao sul do Estado. Durante a tarde de 17 de abril de 1996, as negociações transformaram-se em confronto, deixando 69 camponeses feridos ou mutilados e levando 19 à morte.
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