Moradores da Comunidade do Itacuruçá-Alto em Igarapé Miri e Abaetetuba fecham a PA 151 em protesto da mortandade dos peixes no local

Moradores de Igarapé-Miri e Abaetetuba fecharam desde a madrugada de ontem (28), a PA 151. A manifestação é devido a mortandade de peixes no rio que banha a região. O motivo seria a água contaminada que está sendo despejada de uma fazenda no rio local. A prefeitura de Abaetetuba, enviou nota afirmando que realizou uma fiscalização ambiental na comunidade do itacuruçá-alto.






Os testes de campo identificaram alterações na qualidade da água. A análise dos parâmetros indicou que a mortandade dos peixes está associada ao baixo nível de oxigênio dissolvido, causado pela alta concentração de matéria orgânica na água. As áreas onde as infrações ambientais foram identificadas foram interditadas e a prefeitura irá manter o monitoramento intensivo.






Eles pedem uma solução urgente e que os fechamentos devem continuar, até a administração da fazenda tomarem providências.

NOTA DA PREFEITURA:

A Prefeitura de Abaetetuba, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMEIA), informa que, em resposta a uma denúncia de possível contaminação hídrica, realizou, na presente data, uma Ação de Fiscalização Ambiental na Comunidade do Itacuruçá-Alto e no empreendimento Mercúrio Alimentos S/A – Fazenda Pontilhão. O objetivo da operação foi averiguar possíveis irregularidades no manejo de resíduos e efluentes, além de seus impactos na qualidade da água na região.

Na Comunidade Itacuruçá-Alto, foi constatada a presença de peixes mortos, forte odor e alteração na coloração da água, que se apresentava escura e turva. Relatos de moradores indicam que o evento ocorreu na manhã do dia anterior, com registros de peixes de maior porte mortos em outro ponto do corpo hídrico. Foram realizadas imagens aéreas e coletas de amostras em três pontos do rio Itacuruçá. Testes de campo identificaram alterações anômalas na qualidade da água. A análise dos parâmetros indicou que a mortandade dos peixes está associada ao baixo nível de oxigênio dissolvido, causado pela alta concentração de matéria orgânica na água.

Na inspeção da Fazenda Pontilhão, na área limítrofe da propriedade com a comunidade quilombola, constatou-se que a água apresentava a mesma coloração escura e turva verificada na comunidade. Novas medições demonstraram que os parâmetros da água nesse local eram semelhantes aos obtidos em um dos pontos do rio Itacuruçá. Foi evidenciado manejo inadequado dos animais e destinação irregular de efluentes, além da criação de animais em Área de Preservação Permanente (APP), causando pisoteio excessivo e compactação do solo. Observou-se a ausência ou degradação da vegetação ripária, comprometendo a proteção do corpo hídrico. O escoamento de fezes e urina dos animais ocorre diretamente para o corpo hídrico, sem qualquer barreira de contenção, caracterizando lançamento irregular de efluentes.

Diante das irregularidades constatadas, a SEMEIA lavrou o Auto de Constatação nº 0018/2025. Como medida preventiva, para garantir a recuperação ambiental e evitar novas infrações, foram emitidos os Termos de Embargo nº 0002 e 0003/2025, interditando as áreas onde as infrações ambientais foram identificadas. A SEMEIA manterá o monitoramento intensivo da área, com novas ações e coletas de amostras, visando a preservação dos recursos hídricos e a segurança ambiental. A fiscalização ambiental, no uso de seu poder de polícia, está adotando todas as medidas cabíveis para a responsabilização dos responsáveis pelos danos ambientais.

A Prefeitura de Abaetetuba reforça seu compromisso com a transparência e a proteção ambiental. Todas as providências necessárias serão tomadas para garantir a qualidade ambiental do município e a segurança das comunidades afetadas. Para mais informações, a PMA permanece à disposição da sociedade, dos órgãos competentes e da imprensa.

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