Os animais foram transportadas a Belém nesta segunda-feira (17) em uma aeronave do Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp), vinculado à Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup). Em Castanhal (na Região Metropolitana de Belém),
Dois filhotes de peixe-boi-da-amazônia (Trichechus inunguis), uma das espécies mais ameaçadas de extinção da região amazônica, encontradas em municípios da Região de Integração Baixo Amazonas, oeste paraense, eles permanecerão sob cuidados especializados até atingirem idade e condições adequadas para a reintrodução na natureza.
Um dos filhotes, que recebeu o nome de "Maria", foi encontrada sozinha na Comunidade Castanhal, no Lago Sapucuá, município de Oriximiná, no dia 8 de março. Fiscais da Secretaria de Meio Ambiente do município foram ao local e constataram que o animal estava sem a mãe. Distante a 41 km dali, em Óbidos, a segunda filhote, chamada de "Coral", foi encontrada por pescadores locais.
As autoridades suspeitam que as filhotes tenham ficado órfãs devido à caça ilegal. Uma equipe do Instituto Bicho D'Água prestou suporte remoto às equipes locais, orientando sobre os cuidados iniciais necessários para que o transporte até Belém fosse possível.
Os animais estavam debilitados e desidratados, necessitando de atendimento emergencial. A iniciativa de proteção destes animais faz parte do Projeto de Conservação do Peixe-Boi da Amazônia, liderado pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Logística - Para garantir a transferência segura, houve a solicitação de apoio ao Graesp. As secretarias municipais transportaram os filhotes por via fluvial até Santarém, chegando na manhã de hoje (17). De Santarém, a aeronave decolou com uma equipe de veterinários, chegando a Belém à tarde.
Durante o percurso, os filhotes receberam hidratação e monitoramento contínuo para minimizar o estresse da viagem. Após a chegada à capital paraense, os filhotes foram incorporados ao Programa de Conservação, sob responsabilidade do Ibama, Instituto Bicho D’Água e Universidade Federal do Pará (UFPA).
Em Castanhal, permanecerão sob cuidados especializados até atingirem idade e condições adequadas para a reintrodução à natureza. Durante esse período, passarão por exames clínicos, alimentação controlada e um processo de adaptação progressiva ao ambiente natural.
Para a presidente do Instituto Bicho D’Água, Renata Emin, o apoio logístico foi crucial para o cuidado dos filhotes. “Mais uma vez, nós contamos com o apoio imprescindível do Graesp para fazer esse transporte de uma forma mais rápida e segura”, disse Renata Emin.
Preservação - A operação reforça a importância da colaboração entre comunidades locais, órgãos ambientais e instituições científicas para a preservação do peixe-boi-da-amazônia. O diretor do Graesp, coronel PM Armando Gonçalves, reforçou o compromisso do Governo do Pará com a proteção da biodiversidade.
“Esta ação demonstra, na prática, o compromisso do Grupamento Aéreo com a proteção da fauna e flora amazônica, um compromisso que se torna ainda mais relevante à medida que nos aproximamos da COP 30 (conferência mundial sobre mudanças climáticas). A preservação do nosso ecossistema é fundamental, e o Grupamento Aéreo se orgulha em contribuir ativamente para essa causa, utilizando nossa expertise em logística e transporte para garantir a segurança e o bem-estar da nossa rica biodiversidade”, frisou o coronel Armando Gonçalves.
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